Giro semanal – 30/11/20

Mais uma semana positiva nos mercados acionários globais. As notícias referentes ao desenvolvimento das vacinas contra a Covid-19 em conjunto com a melhora no cenário político norte americano impulsionou o movimento altista.

No Brasil, o Ibovespa acumulou alta de 4,27% e encerrou a semana com amplitude de 5,24%. O principal índice acionário brasileiro ultrapassou a marca dos 110 mil pontos e alcançou o maior valor desde fevereiro deste ano. O dólar recuou 0,64% e fechou a semana com  amplitude de 2,93%.

Agenda política e econômica

No noticiário político, ruídos envolvendo uma possível prorrogação do auxílio emergencial suscitam as preocupações quanto ao risco fiscal. Em discurso, o presidente Jair Bolsonaro reforçou que só haverá extensão do benefício se houver uma segunda onda de contágio pelo coronavírus.

Ainda em caso de uma segunda onda da pandemia, a equipe econômica pretende prorrogar o auxílio com valores menores, entre R$ 200 ou R$ 250 e para um número menor de famílias.

Também no Senado, existe a relutância na aprovação da PEC Emergencial, projeto que abre brecha no teto de gastos para a criação de um programa de transferência de renda.

Ainda na semana, o IBGE divulgou o IPCA-15 (indicador considerado uma prévia da inflação do Brasil) de novembro. O resultado ficou em 0,81%, após alta de 0,94% em outubro.  Em 2020, o IPCA-15 acumula alta de 3,13%. Em 12 meses, alcançou 4,22%, número acima da meta central de inflação perseguida pelo governo, que é de 4% em 2020.

Os nove grupos pesquisados apresentaram alta, assim como todas as regiões pesquisadas. Destaque novamente para o grupo de alimentação e bebidas que acumulam alta de 12,12% no ano. Entre os itens que mais subiram, destaque para batata-inglesa (33,37%), tomate (19,89%), óleo de soja (14,85%), arroz (8,29%) e carnes (4,89%). A queda mais acentuada foi a do leite longa vida (-3,81%).

O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) subiu 3,28% em novembro. O resultado é reflexo, principalmente, do avanço dos preços de commodities agropecuárias. O indicador acumula alta de 21,97% no ano e 24,52% em 12 meses.

Segundo dados do CAGED, o Brasil abriu 394 mil novos postos de trabalho em outubro.  Os números são resultado de 1.548 mil contratações e 1.153 mil demissões. De acordo com o levantamento, o total de empregos com carteira assinada chegou a 38.638 mil, aumento de 1,03% em relação a setembro. O resultado veio acima das expectativas de mercado.

Embora os números do CAGED tenham vindo animadores, a pesquisa da PNAD Contínua mostrou que o desemprego bateu novo recorde no Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego avançou para 14,6% no terceiro trimestre deste ano. No segundo trimestre deste ano, o desemprego era de 13,1%.

Além disso, a pesquisa revelou uma taxa recorde de 30,3% de trabalhadores subutilizados e 5,9 milhões de brasileiros que desistiram de procurar emprego. A diferença entre a Pnad e o CAGED é explicada pelas diferentes metodologias aplicadas em ambas as pesquisas.

O Caged considera apenas o mercado de trabalho formal. Já a Pnad Contínua analisa também a situação dos trabalhadores sem carteira assinada, dos trabalhadores por conta própria, dos trabalhadores domésticos e dos funcionários públicos.

Mundo

Apesar da resistência em aceitar a vitória de Joe Biden, Donald Trump deu aval para início dos protocolos de transição do poder. Diante desse cenário, o presidente chinês Xi Jinping parabenizou formalmente Biden pela vitória nas eleições americanas. Xi Jinping proferiu esperanças de que ambos os países possam promover o desenvolvimento positivo e estável das relações. 

A França estabeleceu a cobrança de um imposto sobre grandes empresas de serviços digitais que operam no território francês, mas que pagam impostos em outro país. O ministro da Economia francesa já havia anunciado em outubro que o país começaria a cobrar este imposto em dezembro. Na época, Donald Trump havia advertido que, caso o imposto fosse aprovado, os Estados Unidos estudariam implementar tarifas retaliatórias em produtos franceses.

No calendário econômico, a semana se iniciou com indicadores do Índice de Gerente de Compras (PMI) na Zona do Euro. O PMI Composto caiu ao menor nível em seis meses. O indicador baixou de 50 pontos em outubro para 45,1 na prévia de novembro.

Destaque negativo para o setor de serviços que recuou para 41,3 pontos. Os números vieram abaixo das projeções que eram de 47,1 pontos para o PMI Composto. Índices abaixo de 50 indicam retração na atividade, o que eleva a possibilidade de uma nova contração econômica na Zona do Euro.

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