Risco – Como Definir: Capital Mínimo ou Capital Recomendado?
Publicado por trademachine em agosto 15, 2019
Uma decisão importante para a realização de negociações quantitativas, é o processo de escolha do montante financeiro alocado por estratégia – escolha que tem relacionamento direto com o gerenciamento de risco.
Primeiramente, vamos às definições.
Segundo a Investopedia, o Risco Financeiro é:
“um termo que pode ser aplicado a empresas, entidades governamentais, o mercado financeiro como um todo e o indivíduo. Esse risco é o perigo ou a possibilidade de acionistas, investidores ou outras partes interessadas financeiras perderem dinheiro. Existem vários fatores de risco específicos que podem ser categorizados como risco financeiro. Qualquer risco é um risco que produz resultados prejudiciais ou indesejados. Alguns riscos financeiros mais comuns e distintos incluem risco de crédito, risco de liquidez e risco operacional.”
Quando o assunto vem para o território de Operações com Automações, isso ainda inclui risco de tecnologia, como servidores em nuvem, inclui o risco de corretagem e grandes taxas, além do risco operacional da corretora.
Em suma, abrange quase tudo o que poderia interferir com a implementação de seu Trading System. Livros inteiros são dedicados à gestão de risco para estratégias quantitativas, portanto, não é viável tentar elucidar todas as possíveis fontes de risco aqui.
Caso tenha interesse em se aprofundar no assunto: confira a lista de leitura indicada ao fim deste texto
A Gestão de Risco também abrange o que é conhecido como alocação de Capital Ideal – um ramo da teoria de portfólio.
Esse é o meio pelo qual o capital é alocado a um conjunto de estratégias diferentes e nos ativos/mercados dentro dessas estratégias. É uma área complexa e depende de alguns cálculos matemáticos pouco triviais.
O padrão da indústria quantitativa mundial, pelo qual a alocação ótima de capital e a alavancagem das estratégias estão relacionadas, é chamado de critério de Kelly, e faz algumas suposições sobre a natureza estatística dos retornos – que muitas vezes não são verdadeiros nos mercados financeiros, de modo que os operadores geralmente não seguem à risca por serem mais conservadores quando se trata da implementação desse método.
Outro componente-chave do Gerenciamento de Riscos é lidar com o próprio perfil psicológico.
Existem muitos vieses cognitivos que podem surgir na negociação. Embora isso seja reconhecidamente menos problemático com negociação algorítmica, esse fato só será respeitado se a estratégia for deixada em paz!
Um viés comum é o da aversão à perda, em que uma posição perdedora não será fechada devido à dor de ter que realizar uma perda (ou da perda ser maior que o ganho). Da mesma forma, os lucros podem ser tomados muito cedo porque o medo de perder um lucro já ganho pode ser muito grande.
Deve-se observar também o par clássico de preconceitos emocionais – medo e ganância. Estes podem muitas vezes levar a sub ou sobre-alavancagem, o que pode causar prejuízos muito maiores, lucros reduzidos e desenquadramento da estratégia quantitativa.
Contudo, levando em considerações todos os critérios acima, desenvolvemos duas formas de expor o capital de operação aos nossos clientes: mínimo e recomendado.
CAPITAL MÍNIMO
O Capital Mínimo, como o próprio nome sugere, é o mínimo que um operador consegue operar a estratégia quantitativa escolhida. Para isso, não leva-se em conta nenhum fator emocional, de probabilidade ou de gerenciamento de risco. É fornecido, unicamente, o número necessário de recursos que o operador conseguiria operar em todas as épocas que o algoritmo passou, inclusive a época de perda máxima (drawdown).
Leia mais no blog: Estratégias – Como Médias Móveis Ajudam na Leitura de Tendências
CAPITAL RECOMENDADO
Já o Capital Recomendado, é uma equação proprietária desenvolvida com a finalidade de respeitar o psicológico do investidor, a probabilidade e a aversão a grande volatilidades. É um cálculo minucioso que garante a melhor experiência do operador a longo prazo.
EM RESUMO
Capital Mínimo: menor complexidade e cautela; maior rentabilidade; maior risco; maior volatilidade; insegurança; instabilidade e baixa meia vida.
Capital Recomendado: maior complexidade e estudo; menor rentabilidade; menor volatilidade; maior segurança; maior estabilidade; visão estratégia a longo prazo e meia vida acima de 4,5 anos.
Bibliografia Básica:
ASSAF NETO, Alexandre, Finanças Corporativas e Valor, 2ª ed., 2. reimpressão, São Paulo, Atlas, 2006.
DAMODARAN, ASWATH, Gestão Estratégica do Risco, São Paulo, Bookman, 2009
FORTUNA, Eduardo, Mercado Financeiro – Produtos e Serviços, 15ª ed. Porto Alegre: Qualitymark, 2004,
Bibliografia Complementar:
BRASILIANO, Antonio C. Ribeiro , Gestão e Análise de Riscos Corporativos, Editora Sicurezza, 2009
LETHBRIDGE, Eric, Governança Corporativa / PNUD / BNDES
MELLAGI Fº., Armando; ISHIKAWA, Sérgio. Mercado Financeiro e de Capitais. São Paulo, Atlas,
2ª Ed. 2003
RESTI, ANDREA, Gestão de Risco na Atividade bancária, RJ, Editora QualityMark, 2010
VARGA, Gyorgy & DUARTE, Antonio, Gestão de Risco no Brasil, FCE, 2003
YAZBEK, OTAVIO - Regulação do Mercado Financeiro e De Capitais – Rio de Janeiro: Elsevier:2007.
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Categorias: Estratégias
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